Campo Grande (MS)- A SES (Secretaria de Estado de Saúde), em parceria com a Prefeitura de Dourados, realiza na próxima segunda-feira (30), no auditório da Unigran, o Fórum Perinatal Regional que reunirá médicos e enfermeiros da macrorregião de Dourados para discutir os cuidados com os bebês diagnosticados com a doença. Cerca de 200 pessoas, de 33 municípios que compõem a macrorregião, devem participar do Fórum.
O evento, organizado pela Rede Cegonha do Estado e Município, que acontece das 13h30 às 17 horas, terá como tema a “Linha de Cuidado ao Recém-nascido com Sífilis Congênita”. Dados epidemiológicos da sífilis em Dourados e o protocolo de notificação e acompanhamento de sífilis congênita são temas de palestras programadas para o Fórum.
O mesmo encontro perinatal foi realizado na macrorregião de Campo Grande, no dia 18 de outubro. “Essas duas macrorregiões, Campo Grande e Dourados, é que possuem no Estado hospitais de referência no tratamento e são as que mais sofrem com a superlotação. A criança com sífilis congênita fica internada por muito tempo porque geralmente tem muita complicação”, explicou a gerente técnica da Rede Cegonha da SES, Angela Rios.
Conforme Angela, o objetivo do encontro é discutir como estão sendo feitos os atendimentos aos bebês com sífilis, passando pelo diagnóstico, pelo tratamento, até o acompanhamento. “A Rede Cegonha atende, por meio da Unidade Básica da Saúde da Família (UBSF) e maternidades, mulheres durante o pré-natal, no parto, em seu planejamento familiar e acompanha também a criança até dois anos de idade”.
Apesar de ser aberto, foram convidados para o Fórum médicos e enfermeiros que atendem em hospitais da macrorregião, profissionais da Atenção Básica e da Vigilância Epidemiológica.
Sífilis Congênita
A sífilis congênita acontece quando a mãe, infectada pela bactéria, passa a doença para o bebê pela placenta. Isso acontece em especial durante a segunda metade da gestação ou quando a grávida nunca fez o tratamento para a sífilis ou começou o tratamento menos de 4 semanas antes do parto.
A sífilis congênita tem cura e o tratamento do bebê deve ser iniciado o mais rápido possível após o nascimento para evitar complicações graves, como surdez ou cegueira, que, mesmo após a cura da doença, não possem ser revertidas. A sífilis congênita também pode ser responsável por problemas como aborto espontâneo, prematuridade ou baixo peso ao nascimento.
Na gravidez, é indispensável o exame de sangue para diagnóstico e tratamento precoce.
Dia de Combate Sífilis
Dia 21 de outubro foi celebrado o Dia Nacional de Combate a Sífilis e Sifilis Congênita. O fortalecimento da conscientização sobre a doença e a disponibilidade de subsídios para tratamento são uma das metas da SES, através do Programa Estadual de IST/ AIDS e Hepatites Virais. Mesmo sendo uma doença que cresce de forma exponencial entre a população sexualmente ativa, há ainda muito desconhecimento sobre forma de contaminação, prevenção, sinais e sintomas, diagnóstico e tratamento da sífilis.
De acordo com a gerente do Programa Estadual de IST/AIDS, Danielle Martins, a transmissão vertical da sífilis ainda mantém taxas elevadas, apesar de possuir protocolo clínico bem conhecido, com triagem sorológica disponível e de baixo custo. A prevenção é feita com o uso de preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, anal ou oral).
Luciana Brazil- assessoria de imprensa SES.
Foto- Federação Médica Brasileira.