Aleitamento materno cresce no país e reduz taxa de mortalidade infantil em 80%

  • Publicado em 04 ago 2017 • por Thereza Christina Amendola da Motta •

  • Campo Grande (MS)- No Brasil, em 1990, a taxa de mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos chegava a assustadores 66 bebês em cada mil nascidos vivos.  Em 2014, esse número despencou para 12,9 , conforme informações do Portal Brasil.  Por dados positivos como esse, o país é referência mundial em amamentação, já que o leite materno  é a forma mais eficaz de garantir a saúde do bebê.

    Apesar da queda de 80% na taxa de mortalidade, num período de 14 anos, apenas 41% das mães brasileiras amamentam até o sexto mês de vida – índice duas vezes maior que em países como China, Estados Unidos e Reino Unido. Mesmo o Brasil sendo exemplo a ser seguido no mundo, as campanhas por aqui ainda lutam para conscientizar mulheres sobre os benefícios do aleitamento materno.

    De acordo com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância),  o aleitamento materno, se realizado até seis meses, pode evitar, por ano, a morte de 1,3 milhão de crianças menores de 5 anos.

    Benefícios

    Alimento completo e equilibrado para os recém-nascidos, o leite materno possui diversos benefícios para a saúde do bebê e até mesmo da mãe. Rico em nutrientes e sais minerais, o leite colabora na formação do sistema imunológico da criança, prevenindo o desenvolvimento de alergias e obesidade.

    Na Semana Mundial da Amamentação, celebrada entre os dias 1º e 7 de agosto, a ONG WABA (World Alliance for Breastfeeding Action –Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno) promove e apoia a amamentação como um direito de mães e crianças, independente de raça, credo ou nacionalidade.

    De acordo com a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e OMS (Organização Mundial da Saúde), a amamentação promove o vínculo entre mãe e filho, ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê (devido a sucção), atua no sistema nervoso da mãe, diminuindo o estresse, também protege a lactante do câncer de mama e ovário, diminui a mortalidade infantil, entre tantos outros benefícios.

    A analista de sistema Laura Dias comemora a amamentação da filha de quatro meses. “Não existe momento mais vitorioso para mim porque sei que meu bebê está protegido e sendo beneficiado em vários sentidos. Isso é maravilhoso”.

    No entanto, depois de passar algumas dificulades, Laura salienta que, apesar da dor nas mamas no início ou do cansaço do corpo,  amamentar vale a pena. “Eu sempre ouvi falar que era um momento lindo entre mãe e filho, mas não sabia das dificuldades em amamentar. Quando tive minha filha, vi que não era tão fácil dar o peito. No início doeu e tenho amigas que tiveram o bico do peito rachado. Mas depois de um tempo tudo dá certo e a alegria de dar o seu leite para o bebê é fantástico”.

    O aleitamento materno deve ser exclusivo, e é suficiente ao bebê, até os seis meses de vida. Conforme publicação do The Journal of Pediatrics, jornal internacional responsável por diversas pesquisas na área pediátrica, um estudo liderado por cientistas do Institute for Social and Economic Research  at the University of Essex, da Inglaterra, e feito com 12 mil bebês, revelou que crianças que recebem o leite materno “desenvolvem mais rapidamente o cérebro e apresentam melhor desempenho de vocabulário e raciocínio”.

    Campanha

    A presidente da SBP, Luciana Silva, explica no site da instituição que a partir de 2017, de acordo com uma lei promulgada recentemente, o mês de agosto será inteiramente dedicado à campanha pelo aleitamento materno no Brasil. Segundo ela, até o ano passado a amamentação era comemorada durante uma semana (1º a 7). Com a lei, o mês inteiro será destinado a ampliar o apoio e o estímulo à amamentação. Com o tema, “Amamentação Vale Ouro”, a SBP irá desenvolver diversas ações nesse sentido.

    Luciana Brazil – assessoria SES

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