Publicado em 30 maio 2023 • por marianel@ses.ms •
A SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul) realizou nesta terça-feira (30), o ‘I Simpósio Estadual de Prevenção do Óbito Materno e Infantil’, em alusão ao Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, no auditório da Receita Federal, no Parque dos Poderes. O objetivo foi alertar os profissionais da saúde e a sociedade sul-mato-grossense quanto à mortalidade materna e infantil.
A secretária-adjunta de Estado de Saúde, Crhistinne Maymone, ressaltou a importância da capacitação das equipes de saúde e o desenvolvimento de ações para a redução da mortalidade materna e infantil. “É necessário que a gente invista em formação, capacitação e disseminação de conhecimento para que possamos levar a informação através das nossas equipes de saúde, desenvolvendo lá na unidade de saúde as ações que visam a redução da mortalidade materno e infantil, além de levar para a população a discussão sobre a importância do planejamento familiar e de se fazer todas as consultas do pré-natal”.
Para a enfermeira e referência técnica pelo Instituto Fernandes Figueira – Fiocruz e Ministério da Saúde, Evelyn Vieira Rios Sona, pontua que há outros desafios enfrentados pelo serviço de saúde. “Precisamos nos mobilizar enquanto sociedade. A redução da mortalidade aqui no Brasil ainda é um desafio para os serviços de saúde, conseguimos avançar por conta da ampliação da atenção primária, avanços nos serviços de saneamento, de educação porque os determinantes sociais são multifatoriais, mas ainda precisamos discutir este tema enquanto sociedade”, afirma.
Segundo a responsável pela vigilância do óbito do Estado de São Paulo, Cátia Martinez Minto, o processo de investigação do óbito identifica as fragilidades e ajuda a caracterizar as maneiras de como evitá-lo. “Os protocolos, estrutura, recursos humanos capacitados, maternidades e hospitais preparados para o atendimento da mulher que apresenta a hipertensão ou quadro de hemorragia durante o ciclo gravídico puerperal. Então para cada fator é necessária uma estrutura, uma capacitação, um monitoramento e um acompanhamento”, esclarece.
A presidente do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil de Mato Grosso do Sul, Hilda Guimarães, destaca que ações como essas contribuem para o desenvolvimento da qualidade de vida da população sul-mato-grossense. “Este simpósio colabora com os serviços para que eles sejam prestados à população com a melhor qualificação possível e com a possibilidade de que não ocorra óbito materno e infantil no nosso Estado. A mortalidade materna é evitável em 92% dos casos notificados”.
Experiência exitosa de São Paulo
A SES/MS em parceria com o Coren-MS disponibilizará três tipos de caixas emergenciais para atender pacientes que chegarem aos hospitais que realizam partos com quadros de sepse (infecção) na gestação e no parto, hemorragia e hipertensão.
Os kits que serão abastecidos pelos municípios ajudarão o serviço a organizar os medicamentos e os insumos necessários para a emergência objetivando atender a gestante em tempo oportuno, além de motivar os serviços de saúde a criar um protocolo de atendimento para essas emergências.
Conforme o presidente Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Sebastião Junior Henrique Duarte, as caixas são indutoras da organização do serviço. “O compromisso dos municípios será equipar as caixas conforme a nota técnica que será publicado pela SES para ser utilizada nas rotinas destas unidades hospitalares. Então essa é uma das estratégias que o Coren tem junto com o Estado, junto com os municípios no enfrentamento da mortalidade materna”, comenta.
Serão contemplados com as caixas os hospitais dos municípios: Água Clara, Amambai, Anastácio, Anaurilândia, Angélica, Antônio João, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Aral Moreira, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Caarapó, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Chapadão do Sul, Coronel Sapucaia, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Deodápolis, Dourados, Eldorado, Fátima do Sul, Figueirão, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Iguatemi, Inocência, Itaporã, Itaquiraí, Ivinhema, Jardim, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Miranda, Mundo Novo, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Paranaíba, Paranhos, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sidrolândia, Sonora, Tacuru, Três Lagoas e Vicentina.
Com objetivo evitar novos casos no Estado, a Rede Cegonha junto com a área técnicas da saúde da mulher e da criança da SES farão web aula para capacitar os profissionais de saúde, destacando a utilização das caixas emergenciais distribuídas pelo Coren.
Mortalidade Materna e Infantil
A mortalidade materna e infantil é um bom indicador da realidade socioeconômica de um país e da qualidade de vida de sua população porque grande parte das mortes são evitáveis, atingindo a população com baixo poder econômico, baixa escolaridade, que vivem em zona rural e/ou com difícil acesso ao serviço de saúde.
No mundo, cerca de 830 mulheres morrem a cada dia por complicações relacionadas à gravidez e ao trabalho de parto. Esses dados destacam a fragilidade na atenção à saúde materna e infantil como relevante problema de saúde pública em âmbito mundial e nacional, pois ocasiona todos os anos um grande número de mortes. Muitas dessas poderiam ser evitadas com acesso a saúde reprodutiva e planejamento familiar, ao pré-natal de qualidade e ainda parto, pós-parto e atenção infantil adequados.
Texto e fotos: Kamilla Ratier, Comunicação da SES