Publicado em 08 jul 2025 • por Helton Davis Luzardo Souza •
Para identificar as potencialidades e lacunas afim de aprimorar a vigilância de vírus respiratórios, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) recebeu uma oficina para a implementação da Estrutura Mosaico, um treinamento estratégico de vigilância epidemiológica, focado na preparação para o enfrentamento de epidemias e surtos.
Promovida pela OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e OMS (Organização Mundial da Saúde), em parceria com o Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), a oficina Mosaico foi realizada de 1º a 04 de julho em Campo Grande.
A Estrutura Mosaico, desenhada pela OPAS/OMS, propõe ações de preparação para futuras pandemias a partir de uma visão holística do impacto e do risco de transmissão de patógenos, tendo como premissa que um único sistema de vigilância não é suficiente e, por isso, é fundamental que sejam combinadas múltiplas abordagens de vigilância para o enfrentamento dos desafios impostos.
“Esta oficina é de extrema importância, pois coordena as ações dos 12 municípios que são mais sensíveis e vulneráveis a surtos que podem identificar precocemente situações que demandem uma resposta de vigilância coordenada”, explica a secretária-adjunta de Saúde, Christine Maymone.
A secretária-ajunta destaca que a metodologia e o preparo proporcionados permitirão organizar e documentar a estruturação do sistema para uma resposta eficiente, aplicável a diversos tipos de vírus respiratórios. “A ação reforça a capacidade do Estado para uma resposta coordenada e orientada a um possível aumento de vírus respiratórios, ou qualquer processo semelhante a uma epidemia ou pandemia. Estaremos preparados para um possível aumento de vírus respiratórios, de qualquer processo parecido com uma epidemia mais grave ou até uma pandemia”, afirma Christine Maymone.
O foco da oficina são vírus respiratórios, tendo em vista de que a alta incidência de casos possa ocasionar uma nova pandemia por um patógeno respiratório. Participam da atividade equipes das áreas de preparação, vigilância e resposta para emergências, representantes das unidades sentinelas de síndrome gripal do estado, núcleos de vigilância epidemiológica hospitalares, representantes de 5 CIEVS do Estado contemplando áreas de 12 municípios estratégicos representados. Também integram a oficina equipes da Opas, Ministério da Saúde e CONASS.
Representante do CONASS, Fernando Campos, enfatizou a importância da oficina de capacitação para aprimorar a resposta aos vírus respiratórios, um desafio que o Brasil, incluindo Mato Grosso do Sul, enfrentou intensamente este ano.
“Esta oficina é o resultado de um trabalho contínuo que o CONASS tem desenvolvido desde o ano passado, em parceria com o Ministério da Saúde e a OPAS. O treinamento realizado em conjunto com a SES e a participação de 12 municípios-chave, visa aprimorar a capacidade de resposta na ponta, garantindo um atendimento mais eficiente à população”, ressalta Campos
Fernando Campos detalha que a capacitação abrange desde o atendimento direto ao paciente, a organização dos serviços de saúde, a estruturação laboratorial e de vigilância, até a atenção primária, especializada e hospitalar. O foco é que toda a rede esteja apta a avaliar e responder a picos de demanda, como o aumento de leitos durante uma epidemia, similar ao que foi vivenciado na COVID-19, evitando que o aumento de casos graves e óbitos saia da curva esperada.
A aplicação da Estrutura Mosaico ocorre de forma pioneira no país e deve servir de referência para outros países da Região das Américas e do mundo. Após a oficina, a metodologia será replicada para os 26 estados do Brasil e o Distrito Federal, por meio da parceria entre a OPAS, o Ministério da Saúde, o ITpS (Instituto Todos pela Saúde) e o Conass. O objetivo é fortalecer as coordenações estaduais na vigilância, preparação e resposta aos vírus respiratórios, difundindo também para os municípios. A iniciativa busca preparar a rede de saúde para atender a população de forma oportuna, garantindo uma resposta eficaz diante de futuras emergências epidemiológicas.
Helton Davis, Comunicação SES
Fotos: Helton Davis