Publicado em 16 ago 2017 • por Thereza Christina Amendola da Motta •
Campo Grande (MS)- Se uma longa fila de carros pode ser prejudicial à saúde, por causa do estresse, poderíamos considerar a nova rotatória nas avenidas Mato Grosso e Nelly Martins, a Via Parque, como um grande investimento na saúde da Capital. O reordenamento viário, inaugurado oficialmente nesta quarta-feira (16), vai trazer alívio aos motoristas que enfrentavam congestionamento nos horários de pico.
Apesar de Campo Grande não ter longos engarrafamentos como no Rio de Janeiro e em São Paulo, o estresse relacionado ao trânsito ainda assim é evidente por aqui, como relatam os próprios motoristas. “Quando saio do trabalho, de longe eu vejo as luzes dos carros parados na pista. Isso já me deixa enlouquecida. Eu sempre estou com pressa e ficar parada na fila me estressa muito e mesmo que não estivesse com pressa, a sensação de ficar parada é irritante. Agora, sem dúvida, vai ser bem mais agradável passar por aqui no fim da tarde”, diz a educadora física Joice de Lima.
Estudos comprovam que o estresse pode causar distúrbios fisiológicos e psicológicos, além de afetar o sistema nervoso e causar o desgaste mental. Doenças como hipertensão, úlcera, constipação e até perda da libido podem ser consequência da tensão e pressão do dia a dia, segundo os médicos.
“Campo Grande não tem grandes congestionamentos e muitas vezes ficar cinco minutinhos aguardando no trânsito já é um problema para os motoristas da Capital. Especificamente naquele trecho alguns motoristas chegavam a ficar entre 15 e 20 minutos parados, o que provocava uma sensação de desconforto”, afirmou a chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Ivanise Rotta.
A obra, resultado de uma parceria entre Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado, que investiu mais de R$ 1,6 milhão no projeto, vai aliviar em até 80% o tráfego na região, conforme o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).
Além de organizar o fluxo, a ampliação e a sinalização da via também evitam possíveis acidentes, reduzindo diretamente os gastos com as vítimas do trânsito. “Estudos apontam o custo social de um acidente. Gastam-se milhões em saúde, e se fosse gasto 10% desse dinheiro no trânsito, não se gastaria tanto na saúde. Estão diretamente ligados. Sempre procuramos gastar no trânsito para evitar chegar na saúde”, afirmou o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno.
Segundo Janine, o recurso para a obra estava garantido desde 2015. “O convênio estava quase vencendo. O governador (Reinaldo Azambuja) e o diretor- presidente do Detran (Gerson Claro) se prontificaram imediatamente a aumentar o prazo do convênio. Não teríamos o recurso suficiente agora para fazer a obra. Então, o governo aportou o recurso e a prefeitura fez o trabalho a partir daí”, disse ele.
Para o diretor do Detran, Gerson Claro, diminuir acidentes e ordenar o trânsito reflete diretamente na melhoria da saúde. “Quando diminuímos os acidentes, diminuimos o trauma, que é o maior problema especificamente na Santa Casa. Então, a expectativa é que com a diminuição dos acidentes de trânsito, a gente possa melhorar também os serviços de saúde. O número de acidentes com moto é imenso e diariamente Santa Casa atende muitos pacientes com traumas. Vamos diminuir isso”, afirmou.
Luciana Brazil- assessoria de imprensa da SES- Secretaria de Estado de Saúde.