Publicado em 25 set 2017 • por Thereza Christina Amendola da Motta •
O Hospital Regional de Ponta Porã (Dr. José de Simone Netto) atende quase duzentas pessoas por dia e, desse total, cerca de dois pacientes por dia chegam sem identificação. É aí que acontece a atuação do Serviço Social da instituição, que tem auxiliado de forma humana a vida de pacientes, promovendo o encontro deles com suas famílias.
A maioria dos pacientes que chegam ao Hospital sem identificação são idosos e pessoas em situação de rua. A assistente social Neusa da Silva Ribeiro Correia, explica que o primeiro passo é o buscar informações sobre familiares, telefones ou endereço.
“No primeiro contato com o paciente, nós o acolhemos carinho e procuramos ter um vínculo de confiança paciente-profissional, para que possamos obter o máximo de informações”., disse Neusa.
A assistente afirma também que todas as informações coletadas são confirmadas e, caso não haja sucesso na busca, o segundo passo é procurar dados em um sistema de arquivos que o próprio setor implantou e que ajuda muito na localização de documentos e até endereços. “É uma ficha social que criamos onde anexamos todas as fichas dos pacientes atendidos do Hospital sem identificação, para que numa segunda consulta desse mesmo paciente, o processo fique mais ágil para todos os envolvidos”.
Trabalho articulado e contribuição das mídias sociais
O serviço social não atua sozinho na localização e na busca por familiares de pacientes. Diariamente, instituições como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Assistência Social(CRAS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal são acionadas porque pacientes encontrados em situação de vulnerabilidade social necessitam de acompanhamento junto aos programas de assistência social para ajudar na busca por familiares em domicílio.
Na última semana, um homem foi encontrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), às margens da BR 463, e levado até o Pronto Socorro. O paciente chegou desorientado, apenas com a roupa íntima e ao receber o primeiro atendimento, o serviço social começou o trabalho de busca. “Nós conversamos com o paciente que nos passou nome e sobrenome e aí começamos a busca por contatos da família e o que nos surpreendeu foi que localizamos os parentes por uma rede social no estado do Parará”, conta a assistente social América Cardoso da Rosa.
Feito o contato, o irmão do paciente imediatamente se prontificou a vir buscá-lo. O funcionário público Claudienei Antonio Lorençato, de 43 anos, disse que ficou aliviado quando o serviço social do Hospital entrou em contato dando notícias do irmão. “Não tenho palavras para agradecer, estávamos desesperados atrás de notícias dele. O acolhimento afetuoso que vocês deram ao meu irmão e a forma como vocês nos receberam aqui também foi muito especial, nunca vou esquecer, nossa família inteira agradece”, declara.
Hoje o Hospital está com dois pacientes sem identificação. Um está da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outro na sala amarela no Pronto Socorro. Um deles é o agricultor Marcos Antônio de Souza, de 28 anos, que no momento está em situação de rua e é natural de Votuporanga – São Paulo. Marcos diz que é lá que estão todos os seus familiares. O Hospital Regional de Ponta Porã pede a toda população que qualquer informação procure o Serviço Social no endereço Rua Baltazar Saldanha, 1501 ou entre em contato pelo telefone (67) 3926-6772.
Protocolo de identificação do paciente
O novo modelo de gestão apresentado pelo Instituto Gerir, organização social que administra o Hospital Regional de Ponta Porã desde agosto de 2016, quando a gestão passou a ser do Governo de Mato Grosso do Sul, tem proporcionado novas formas de celeridade nos atendimentos através de protocolos implantados conforme exige a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Um desses protocolos é o de Identificação do Paciente, fundamental no primeiro atendimento, pois garante a correta identificação do paciente, a fim de reduzir a ocorrência de incidentes.
Para que o atendimento geral no Pronto Socorro do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto aconteça de forma organizada, o PS funciona conforme o sistema de classificação de risco, uma estratégia de triagem do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo Brasil, e dispõe de uma equipe de trinta pessoas trabalhando dia e noite entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, recepcionistas, supervisores administrativos, vigias e um auxiliar administrativo responsável pelo Núcleo Interno de Regulação (NIR), que administra as transferências de pacientes para outras cidades e estados e o serviço social.
Leonardo Cremer- assessoria do Hospital Regional de Ponta Porã.