Publicado em 27 out 2023 • por Kamilla Nunes Ratier Camacho •
Em alusão ao Dia Nacional da Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes, celerado nesta sexta-feira (27), a SES (Secretaria de Estado de Saúde) reforça as formas de diagnóstico e sintomas comuns à doença. A fim de capacitar profissionais de saúde, a SES tem desenvolvido ações direcionadas à pessoa com Doença Falciforme em Mato Grosso do Sul.
Doença Falciforme é o nome utilizado para as doenças causadas pela presença de hemoglobina anormal nos glóbulos vermelhos do sangue. A hemoglobina é a proteína responsável pelo transporte de oxigênio aos tecidos e está presente nos glóbulos vermelhos do sangue – hemácias.
As hemácias são células flexíveis e arredondadas que conseguem transitar por todos os vasos sanguíneos do organismo, levando o oxigênio ligado à hemoglobina. É uma doença hereditária, ou seja, herdada dos pais e causada por uma mudança no gene da hemoglobina. A hemoglobinopatia mais frequente em nosso meio é a anemia falciforme.
Anemia falciforme é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, ficando parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através do Teste do Pezinho, que deve ser realizado na primeira semana de vida, bastando levar a criança ao Posto de Saúde mais próximo. Este exame vai diagnosticar a Doença Falciforme e identificar os pacientes com Traço Falciforme. Em crianças a partir de 4 meses de idade e nos adultos que não realizaram o teste do Pezinho, o diagnóstico é feito por outro exame de sangue, a Eletroforese de Hemoglobina.
Sinais e sintomas
A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Alguns pacientes apresentam sintomas leves, outros, um ou mais sinais, entre elas:
- Crises dolorosas nas articulações;
- Retardo do crescimento;
- Atraso na puberdade;
- Infertilidade;
- Derrames cerebrais;
- Úlceras na perna;
- Priapismo (ereção peniana), dolorosa e prolongada;
- Febre;
- Desidratação;
- Acentuação da palidez e/ou da icterícia;
- Distensão abdominal súbito;
- Alterações neurológicas;
- Tosse, dor torácica, dispneia;
- Vômitos e inapetência.
Tratamento
O tratamento do paciente com Doença Falciforme é baseado principalmente na prevenção, como a manutenção do calendário vacinal, rápido tratamento de infecções, evitar desidratação ou exposição inadequada a temperaturas extremas e evitar atividades físicas muito intensas auxiliam nesse processo.
Para tratar as crises de dor já instaladas são utilizadas hidratação e analgésicos, administrados em casa ou na unidade de saúde, dependendo da gravidade. Para as demais complicações, o paciente deve procurar prontamente o serviço de saúde na presença dos sinais e sintomas inicias.
Assim, o paciente deve ser bem instruído no sentido do autocuidado, para que conheça a doença e possa evitar as situações de risco e reconhecer os sinais iniciais das complicações mais comuns, procurando o serviço de saúde o mais breve possível.
Kamilla Ratier, SES
Foto: Álvaro Rezende