Publicado em 19 maio 2025 • por Kamilla Nunes Ratier Camacho •
A construção do Plano de Ação da Rede Alyne visa reduzir a mortalidade materna e infantil no MS
A SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da coordenadoria da Saúde da Mulher, Criança e Maternidade, Rede Alyne MS e ESP (Escola de Saúde Pública) Dr. Jorge David Nasser, realiza entre os dias 19 e 29 de maio uma série de oficinas voltadas à construção do Plano de Ação Regional da Rede Alyne no estado. As atividades ocorrerão das 8 horas às 17 horas, na ESP Dr. Jorge David Nasser, em Campo Grande, com turmas divididas conforme as macrorregiões de saúde.
As oficinas têm como principal objetivo promover o diálogo entre gestores, profissionais de saúde e representantes da sociedade civil para identificar demandas locais, alinhar estratégias e desenvolver, de forma colaborativa, um plano de ação voltado à saúde materna e infantil. A proposta é fortalecer a rede de atenção à saúde materna e infantil no Estado, bem como o enfrentamento à violência contra mulheres, garantindo a implementação de ações integradas, efetivas e adequadas às realidades regionais.
Conforme a coordenadora da Saúde da Mulher, Criança e Maternidade da SES, Andriely Gomes dos Santos, a construção do plano de ação da Rede Alyne no Mato Grosso do Sul é um passo fundamental para garantir que a assistência à gestante, ao bebê e à puérpera aconteça de forma mais organizada, resolutiva e segura em todo o estado.
“No nosso estado, sabemos que os desafios são grandes, principalmente em relação aos vazios assistenciais, ao transporte sanitário e à garantia de acesso para as pessoas que vivem em áreas mais distantes ou em situação de vulnerabilidade. Por isso, entendemos que o plano de ação não poderia ser apenas um documento burocrático. Assim, precisávamos de uma metodologia que fizesse sentido ao território, que envolvesse os municípios, os serviços e os profissionais que estão no dia a dia do cuidado”, explica Andriely.
A construção da proposta será de forma participativa, realizando as oficinas por macrorregião, com a participação de técnicos das secretarias municipais, maternidades, Atenção Primária e também das gestões regionais. Nessas oficinas, será feito um diagnóstico conjunto, identificando quais serviços podem ser habilitados, serão discutidos os fluxos possíveis, os pontos de estrangulamento, o que já funciona bem e o que precisa ser fortalecido.
“Nosso objetivo é enfrentar as causas evitáveis da mortalidade materna e infantil, com um olhar especial para as mulheres que mais precisam – negras, indígenas, quilombolas e em situação de vulnerabilidade. É um passo coletivo, construído com diálogo, para garantir que toda mulher e toda criança tenham acesso a um cuidado digno e de qualidade”, afirma a gerente da Rede Alyne Mato Grosso do Sul, Renata Menezes Meireles.
A Rede Alyne é uma estratégia nacional voltada à qualificação da atenção obstétrica e neonatal, com foco na redução da mortalidade materna e infantil. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho está sendo desenvolvido com responsabilidade, sensibilidade e base técnica, buscando transformar o compromisso com a vida em uma realidade concreta para toda a população.
“Estamos construindo um pacto regional pelo cuidado das nossas mulheres e crianças. Esse plano de ação é o primeiro passo para garantir habilitação dos serviços, monitoramento dos indicadores e, principalmente, salvar vidas”, reforça Andriely.

Renata Menezes Meireles, gerente da Rede Alyne Mato Grosso do Sul, e Hilda Guimarães, gerente da Vigilância do Óbito Materno e Infantil, durante a abertura das oficinas.
Confira as datas das oficinas:
19 e 20 de maio: Macrorregião Centro, composta por Região Baixo Pantanal, Região Centro e Região Norte;
- 21 e 22 de maio: Macrorregião Cone Sul, composta por Região Centro Sul, Região Sudeste e Região Sul Fronteira;
- 26 e 27 de maio: Macrorregião Costa Leste, composta por Região Nordeste e Região Leste;
- 28 e 29 de maio: Macrorregião Pantanal, composta por Região Pantanal.
Rede Alyne
A Rede Alyne é um programa do Governo Federal lançado em setembro de 2024, que reestrutura a antiga Rede Cegonha com o objetivo de reduzir a mortalidade materna no Brasil em 25% até 2027, com foco especial na diminuição de 50% das mortes entre mulheres negras. A iniciativa homenageia a jovem negra Alyne Pimentel, que morreu aos 28 anos, gestante e vítima de negligência médica.
A Rede Alyne é estruturada em seis componentes principais: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança, sistema logístico, sistema de apoio e sistema de governança. Dentre as inovações, destacam-se a criação de um plano integrado entre as maternidades e a Saúde da Família, a qualificação das equipes da principal porta de entrada do SUS e a ampliação do Complexo Regulatório do SUS com equipe especializada em obstetrícia.
Kamilla Ratier, Comunicação SES
Fotos: Divulgação SES