Ação de vigilância fortalece prevenção à dengue e chikungunya em órgãos do Estado

  • Publicado em 28 nov 2025 • por Danubia Karinni Burema De Sousa •

  • Atividade reforça cuidados básicos e chama atenção para resíduos e recipientes que acumulam água

    O Parque dos Poderes, em Campo Grande, foi cenário nesta sexta-feira (28) de uma mobilização voltada à prevenção de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Em meio à rotina administrativa dos órgãos públicos, equipes de saúde percorreram os prédios e áreas externas para orientar servidores e reforçar medidas simples, mas essenciais, no combate às arboviroses.

    A ação foi realizada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da coordenadoria de Controle de Vetores, em parceria com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) Campo Grande e a Prefeitura do Parque dos Poderes. Agentes Comunitários de Endemias foram mobilizados para visitas orientativas às instituições, com foco na identificação de possíveis focos do mosquito e no reforço das medidas de prevenção.

    Durante a atividade, as equipes percorreram setores administrativos e áreas externas levando informação em saúde e chamando atenção para situações de risco, como o descarte irregular de resíduos, o acúmulo de água em recipientes e, principalmente, o uso e abandono de copos descartáveis, apontados como um dos principais focos dentro dos ambientes de trabalho. Segundo os organizadores, embora o Parque apresente boa manutenção, o maior desafio está nos pequenos resíduos jogados em áreas de mata e terrenos, que se transformam em criadouros silenciosos.

    O coordenador de Controle de Vetores da SES, Mauro Lúcio Rosário, também destacou a importância do trabalho conjunto entre as esferas estadual e municipal e reconheceu o esforço da Prefeitura do Parque na manutenção constante da limpeza.

    “O controle do mosquito é um trabalho que não se resolve em uma única ação. Ele exige presença contínua e responsabilidade compartilhada”, afirmou Mauro. Segundo ele, o Parque dos Poderes é uma área extensa, com circulação diária de servidores e visitantes, o que reforça a necessidade de vigilância permanente. “Quando cada instituição faz a sua parte e mantém a rotina de cuidados, conseguimos reduzir significativamente os riscos. Nosso foco é garantir um ambiente seguro para toda a população que utiliza esse espaço público”, completou.

    Além do trabalho de campo, a ação serviu como alerta para um cenário epidemiológico que exige atenção redobrada. Embora a capital tenha registrado, este ano, um dos menores índices de positividade para dengue, os registros de chikungunya aumentaram de forma significativa: passaram de 73 casos no ano passado para 312 neste ano em Campo Grande. Em todo o Mato Grosso do Sul, os casos da doença já ultrapassam sete mil, com distribuição em diferentes regiões.

    A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau Campo Grande, Veruska Lahdo, destacou a importância do trabalho realizado pelos agentes que atuam diretamente nas ruas e nos domicílios, considerados essenciais para o controle das arboviroses na cidade. “Uma visita domiciliar bem-feita, uma boa conversa com o morador e o apoio dos supervisores são fundamentais para o sucesso das ações”, afirmou, além de reforçar que é indispensável que os profissionais que estão na linha de frente tenham acesso às informações atualizadas sobre a situação da dengue e da chikungunya para orientar adequadamente a população.

    Com a chegada do período mais crítico — marcado por aumento de chuvas e ondas de calor previstas para os próximos meses —, a orientação é intensificar as ações de vigilância e prevenção. A programação prevê, ainda, novos mutirões nos bairros que deverá ocorrer em dezembro, janeiro e fevereiro.

    A recomendação é simples e decisiva: eliminar qualquer recipiente que possa acumular água. Um único copo descartável é suficiente para que a fêmea do Aedes deposite seus ovos. Em alguns casos, os ovos já nascem infectados — o que acelera a disseminação das doenças.

    Participaram da ação o chefe de Serviço de Ações Intersetoriais, Marcos Luiz de Oliveira, e o gerente de Controle de Endemias Vetoriais, Rubens de Freitas, ambos da Sesau Campo Grande, além do Assessor da Prefeitura do Parque dos Poderes, Rodolfo Koga, que contribuíram com informações técnicas e apoio às articulações realizadas durante a atividade.

    Ao final da ação, Mauro reforçou que o combate às arboviroses depende, sobretudo, da participação da população. A orientação é que o cuidado adotado no ambiente de trabalho seja levado também para dentro das casas, formando uma rede de prevenção que começa em cada cidadão.

    Confira os boletins epidemiológicos:
    Boletim Epidemiológico Dengue SE 47- 2025
    Boletim Epidemiológico Chikungunya SE 47 – 2025


    Kamilla Ratier, Comunicação SES
    Fotos: Kamilla Ratier

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    Arboviroses

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