Dieta equilibrada, hábitos saudáveis e atividade física podem reduzir as chances de câncer de mama

  • Publicado em 24 out 2017 • por Thereza Christina Amendola da Motta •

  • Campo Grande (MS)- Com taxa de cura de até 95%, se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é o tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele (não melanoma). Diversos fatores de risco estão relacionados com a doença, mas alguns são considerados modificáveis, como a dieta equilibrada e a pratica de exercícios, e podem reduzir as chances de desenvolver vários tipos de câncer.

    “Existem vários fatores de risco, os genéticos e os ambientais, que são modificáveis, como a alimentação saudável, a não ingestão de álcool e também a prática de atividade física, coisas que a pessoa pode controlar. Esses hábitos saudáveis podem evitar o desencadeamento da doença”, explicou a médica mastologista Thayana Camargo.

    A médica explica que a dieta equilibrada e a prática de atividades físicas ajudam a reduzir as chances de formação do tumor. Indivíduos que mantêm a alimentação baseada em produtos industrializados, processados e ultraprocessados, com muito sódio, açúcar e conservantes, dieta rica em gordura animal e pobre em fibras, têm mais chances de desenvolverem a doença.

    “A pessoa pode ter o gene mutado, a alteração celular, mas pode ser que aquela célula não se replique  e não surja a doença. A dieta desequilibrada pré-dispõe o indivíduo a ter essa mutação celular que causa o câncer. Então, quando a célula alterada se multiplica, ela gera o acúmulo de células modificadas, que é o tumor”.

    Vitaminas, fibras e outras substâncias saudáveis ajudam na defesa natural do organismo e, assim, o corpo consegue destruir agentes cancerígenos antes mesmo que eles causem danos graves às células. Bons alimentos podem reverter e até bloquear os estágios iniciais da formação de um tumor.

    Já atividade física atua na prevenção do câncer porque reduz o sobrepeso, a obesidade. E por sua vez, a obesidade desregula diversas vias hormonais, estando diretamente ligada a altos níveis de insulina, baixos níveis de adiponectina (hormônio que queima gordura), altos níveis de citocinas inflamatórias, entre outros. Esses fatores podem ser determinantes para a progressão do câncer.

     

    Exame de mamografia. Foto: Clínica da Mamãe.

    Sexo Feminino

    Mesmo podendo acometer o homem, o câncer de mama só é comum entre as mulheres, e muitos fatores de risco estão relacionados ao sexo feminino, como menopausa tardia, a nuliparidade (nunca ter tido filhos), menarca (menstruação) precoce e o uso de pílulas anticoncepcionais.

    “No entanto, para o uso de pílulas existem opiniões controversas. Alguns estudos acreditam que o uso prolongado do anticoncepcional, antes da primeira gravidez e em altas doses, pode ser um dos prováveis fatores de risco ao câncer de mama. Mas outras opiniões defendem que não há relação direta”, ressaltou a médica mastologista. Sobre a menopausa tardia, Thayana explica que ela deve acontecer até os 55 anos para evitar a exposição hormonal.

    A gravidez  e a amamentação , pelo menos durante um ano, são fatores que ajudam a prevenir o câncer de mama. Segundo a médica, a maturação da mama, ou seja, o amadurecimento dos lóbulos do seio, só acontece depois da amamentação, devido ao estímulo hormonal, por causa da produção de leite. Essa maturação é que protege o seio da possível formação do tumor.

    Quando a mulher fica gravida, as células mamárias, que ainda não estão maduras, são submetidas a um estímulo de proliferação, ou seja, o do crescimento da mama. Se existe dano (mutação) na célula, a gravidez pode atuar como proliferação de células que estão danificadas, causando o tumor.

    Portanto, a glândula mamária que chega aos 35 anos sem ter cumprido sua função de amamentar tem células imaturas expostas durante muito mais tempo a agentes externos, o que facilita o surgimento do câncer.

    Também estão entre os fatores de risco do câncer de mama o histórico familiar, a ingestão de álcool e a exposição à radiação. “Profissionais que trabalham expostos diariamente à radiação, possuem período de férias maiores e jornada de trabalho reduzida, tudo por causa da radiação. Mulheres que tem histórico familiar devem ficar mais atentas à doença”.

    Mamografia X Prevenção

    O câncer pode levar de oito a 10 anos para alcançar um centímetro e  dobra de tamanho a cada três ou quatro meses. Conforme a médica Thayana, se o indivíduo não procurar nenhum tipo de tratamento, o câncer pode matar em até três anos depois das células terem iniciado sua replicação.  “Por isso a importância da mamografia e do autoexame. Com a mamografia é possível detectar o tumor quando ele já tem um centímetro”.

    De acordo com a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologistas), as mulheres devem fazer a mamografia anualmente a partir dos 40 anos de idade. “Nós também recomendamos que uma mamografia ‘base’ seja feita entre os 35 e 40 anos. A mamografia é um exame rápido e simples. Para as mulheres que tem medo de sentir um pouco de dor, recomendamos fazer fora do período menstrual. Esse exame pode salvar vidas”, disse Thayana.

    Dados

    Em Mato Grosso do Sul, 133 mulheres já morreram em 2017 por causa da doença, conforme dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde). Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), a projeção aponta 820 novos casos de cãncer a cada dois anos (2016-2017).

    Luciana Brazil- assessoria de imprensa SES. Foto: Agência Brasil.

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