Dez de abril é considerado o Dia Mundial da Homeopatia (Homeopathy Day) por ser a data de nascimento do criador dessa prática, o alemão Samuel Hahnemann, de 1755.
A Homeopatia é uma ciência terapêutica e uma racionalidade médica que trata cada pessoa em sua individualidade e totalidade de ser, em seu modo peculiar de adoecer, utilizando substâncias altamente diluídas. Partindo do diagnóstico do desequilíbrio físico, mental e emocional que o indivíduo apresenta quando adoece e de medicamentos capazes de estimular a reação curativa do organismo, pode-se diminuir a predisposição às doenças, curar doenças agudas e de longa duração sem efeitos adversos e promover o equilíbrio mental e emocional.
A forma de interação médico-paciente na consulta homeopática, a grande resolutividade e o equilíbrio da saúde física e emocional que proporciona libertam as pessoas de muitos problemas de saúde que as fariam ficar dependentes de medicamentos para o resto da vida. Nas doenças de longa duração a homeopatia oferece a possibilidade de cura. Nas doenças agudas ela age muito rapidamente reduzindo os agravamentos e a necessidade de hospitalização. Isso tudo somado ao baixo custo do medicamento faz da homeopatia a terapêutica ideal quando se leva em consideração também o impacto social e econômico das doenças.
A homeopatia é também um recurso preventivo efetivo nas doenças epidêmicas e promove a redução do adoecimento coletivo. Neste momento de pandemia, a Associação Médica Homeopática de Mato Grosso do Sul – AMHMS, desencadeou um processo de financiamento por médicos, pacientes empresas que resultou para a doação de 180 mil doses do medicamento homeopático preventivo para a COVID-19 em Campo Grande e para as comunidades indígenas Terena e para toda a população de 13 municípios de MS.
Embora ela seja uma racionalidade terapêutica e especialidade médica que traz tantos benefícios e esteja incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde (PNPIC/MS), o acesso universal e equitativo ao tratamento homeopático é quase inexistente na Atenção Primária à Saúde do SUS: faltam médicos preparados, a estrutura dos serviços de saúde municipais não é preparada para a oferta do tratamento homeopático e a população só tem acesso mediante o encaminhamento para o Centro de Especialidades Médicas, onde o médico homeopata atende como especialista. A homeopatia continua sendo para poucos.
Essa lacuna se deve a alguns fatores: falta de conhecimento da homeopatia pelos médicos– poucas escolas de medicina oferecem informação ou formação nessa especialidade ,maior incentivo, pactuações e de medicamentos da indústria farmacêutica e falta da inclusão dos medicamentos homeopáticos na Relação Nacional de Medicamentos, à inércia das entidades médicas e das instâncias de controle social no SUS para promover a discussão e a implementação da homeopatia na estrutura de serviços de saúde que atendem à população. Todos esses fatores decorrem da falta de conhecimento do que é e dos benefícios da homeopatia.
Considerando o direito da população à essa opção terapêutica e seus benefícios tanto para a saúde, quanto econômicos e sociais, a Associação Médica Brasileira AMHB criou uma comissão interdisciplinar para defender junto aos legisladores a homeopatia para todos. No Mato Grosso do Sul a AMHMS e a Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul – SES/MS uniram-se para planejar o processo de implementação da Homeopatia no SUS. Esse projeto está dando seus primeiros passos com o diagnóstico situacional da estrutura e oferta de tratamento homeopático nos municípios de MS, preparação de curso informativos sobre homeopatia para os profissionais de saúde e de formação dos médicos do SUS para utilização da homeopatia na Atenção Primária a Saúde, primeiro nível de acesso da população que busca cuidados de saúde.
Estamos trabalhando para que a Homeopatia se torne realmente acessível a todos aqueles que por ela querem se beneficiar.
Texto: Nazira Scaffi – presidente da AMHMS