Publicado em 14 nov 2016 • por Thereza Christina Amendola da Motta •
Campo Grande (MS) – Doença crônica que atinge mais de 14 milhões de pessoas no Brasil, o diabetes não tem cura, mas tem tratamento, e a demora no diagnóstico pode favorecer o aparecimento de complicações e até levar a morte. De acordo com dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul já contabilizava, em 2014, mais de 90 mil portadores da doença com idade acima de 18 anos.
A cada sete segundos, pelo menos uma pessoa no mundo morre por causa da doença, segundo a Federação Internacional de Diabetes. Segundo o órgão, já são 400 milhões de diabéticos no mundo, sendo 500 novos casos descobertos por dia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 2030 o diabetes seja a sétima causa de morte no mundo.
Nessa segunda-feira (14), comemora-se o Dia Mundial do Diabetes, data que serve de alerta para os primeiros sintomas da doença. O diabetes se caracteriza pela elevação de glicose (açúcar) no sangue, evento conhecido como hiperglicemia. Isso acontece quando o organismo não consegue produzir insulina ou ainda quando não emprega esse hormônio corretamente. Conforme os médicos, a insulina é que controla a quantidade de açúcar, que obtemos por meio de alimentos, no sangue. Em perfeito funcionamento esse hormônio consegue utilizar a glicose como fonte de energia.
Existem dois tipos de diabetes mais comuns e o tipo 1 costuma aparecer na infância ou adolescência, mas também pode ser diagnosticado na fase adulta. Ele acontece quando o sistema imunológico começa a atacar as células beta pancreáticas (do pâncreas- órgão que produz a insulina). Com isso, pouco ou nenhuma insulina é liberada para o corpo resultando no acúmulo de glicose no sangue, ao invés de ser usada como fonte de energia. Neste caso, é necessário o uso de medicamentos, que devem ser acompanhados por atividade física e planejamento familiar.
Quando os sintomas, como fome excessiva, emagrecimento, cansaço, fraqueza, sede e diurese, são ignorados e o tratamento não é feito o quadro pode evoluir para um estágio perigoso como desidratação severa, dificuldades respiratórias, vômitos e até o coma.
Já o tipo 2, que acomete 90% dos portadores da doença e geralmente é diagnosticado em adultos, se refere ao organismo que não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou ainda que não fabrica quantidade suficiente do hormônio para controlar a taxa de glicemia (açúcar) no sangue. Se houver a fabricação de insulina no tipo 2 da doença, o organismo vai alcançar um quadro de resistência insulínica, ou seja, haverá aumento exagerado da insulina para tentar manter a glicose em níveis normais e é aí que o diabetes aparece. Essa variedade da doença pode ser controlada com atividades físicas, dependendo da gravidade do diabetes. Já em situações mais graves o uso da medicação é indispensável.
O tipo 2 da doença, ao contrário do tipo 1, está associado com obesidade e ganho de peso, em especial em pessoas acima de 50 anos. Com frequência, nos dias atuais, é comum casos do tipo 2 em crianças e jovens devido a alimentação inadequada e à falta de atividade física. Entre os sintomas, que aparecem de forma mais lenta, estão sede aumento da diurese, alterações visuais e dores frequentes nas pernas. Também nesse caso o quadro pode evoluir para o coma e desidratação aguda.
Existem ainda tipos mais raros da doença e que estão diretamente ligados a defeitos genéticos ou doenças endócrinas e pancreáticas, além da diabete gestacional. Nesse último caso, pode acometer qualquer gestante e nem sempre é possível perceber os sintomas. Já os fatores de risco para as gravidadas são muitos: ganho de peso excessivo na gestação, sobrepeso, gestação múltipla, síndrome de ovários policísticos e hipertensão arterial na gestação são alguns deles.
Exames laboratoriais como o de sangue podem detectar a doença. Apesar de ser uma doença séria, já que estima-se que muitas complicações associadas ao diabetes causem mais morte do que a Aids e o câncer juntos, médicos garantem que é possível conviver com a doença.
Texto: Luciana Brazil, assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Saúde. / Foto: