Ponta Porã (MS) – Em novembro, o Hospital Regional de Ponta Porã (Dr. José de Simone Netto) promoveu diversas ações em alusão à campanha mundial de combate ao câncer de próstata, “Novembro Azul”.
Foram promovidas palestras sobre prevenção, conscientização e a detecção precoce do câncer de próstata e as doenças relacionadas à glândula. Os temas foram abordados pelos médicos urologistas Faisal Augusto Alderete Esgaib e Fabrício Gattas Ferreira, respectivamente. Participaram das palestras colaboradores do hospital, estudantes de medicina, enfermagem e até pacientes.
As palestras foram organizadas pela Comissão de Humanização do Hospital, Núcleo de Segurança do Paciente, Engenharia Clínica, Serviço de Controle e Infecção Relacionada à Assistência à Saúde e direção de Enfermagem.
O pronto socorro do hospital foi decorado pelo setor do Serviço Social com o objetivo de acolher os usuários e, de forma indireta, chamar a atenção do público masculino através do símbolo da campanha, o “bigode”.
Panfletos com orientações sobre o câncer de próstata foram entregues na recepção do hospital para intensificar a campanha.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o câncer de próstata permanece como a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram diagnosticados 61.200 novos casos em 2016/2017 no Brasil, constituindo o tipo de câncer mais incidente nos homens (com exceção do câncer de pele não-melanoma) em todas as regiões do país, com 28,6% dos casos. Daí a importância da campanha Novembro Azul.
Exame de toque
“Devemos alertar que próstata não é só câncer. Muitos pacientes chegam ao consultório e dizem que estão com sintomas, mas isso não quer dizer que seja câncer, pode ser infecções, processos inflamatórios ou tumores benignos, sintomas comuns, portanto se não cuidar, ai sim pode virar um câncer”, explica o urologista Faisal Esgaib.
Durante a palestra, Dr. Faisal alertou sobre a eficácia do exame de toque retal para o diagnóstico. “Devemos lembrar que hoje em dia já não há mais tanto preconceito com o exame, como antigamente. Acredito que o acesso as informações e também as mídias sociais tem ajudado. Esse exame é extremamente importante, 20% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados exclusivamente pelo toque retal, devido à facilidade e rapidez de ser perceber qualquer anormalidade com a glândula”, assegura.
Há sete anos Baldoino Teodoro, 80 anos, morador em Ponta Porã, descobriu um câncer de próstata. A esposa, Helga Renati Teodoro, 72, acompanha Baldoíno desde o início do tratamento. “Baldoino é paciente do Dr. Faisal. Naquela época do diagnóstico e descoberta, meu marido precisou ser transferido para fazer o processo do tratamento em Campo Grande. Hoje ele está bem, mas sempre fazendo os exames e monitorando com o médico. Sobre a palestra, achei maravilhosa e com muita informação, queria que meus filhos também tivessem participado, porque foi muito esclarecedora sobre os sintomas da doença e os tipos de exames. Além do mais, foi importante porque muitas vezes somos nós as mulheres quem mais incentivam nossos companheiros e filhos a fazerem os exames regularmente para se prevenir”.
O motorista Ivo Aparecido Pereira, de 56 anos, morador também de Ponta Porã achou que a palestra foi mais um motivo para manter-se atualizado sobre a doença. “Ouvi o convite da palestra pelo rádio e pensei, vou convidar meus colegas para participar também, porque essas atividades ajudam a tirar o medo e o preconceito de nós homens, sem contar que saúde é também estar bem informado”, diz.
Câncer de próstata: é possível vencer
Dr. Faisal reforça que a próstata é uma glândula como qualquer outra e está sujeita a apresentar todo tipo de problemas, alguns podendo ser muito graves, como no caso da infecção conhecida como prostatite: uma infecção aguda que, se não tratada adequadamente e no tempo certo, pode levar a septicemia (infecção generalizada) e até o óbito. O médico diz também que o câncer ou tumor maligno é a doença que, até mesmo pelo nome, assusta qualquer um, mas mesmo sendo um câncer, se descoberto a tempo e tratado da forma correta, tem todas as chances de cura e garantindo qualidade de vida aos pacientes, dentro da normalidade.
“Você, homem que tem vergonha e que foge do exame, lembre-se: a doença certamente será pior se não fizer os exames preventivos. E quando decidir voltar atrás, a medicina poderá não te ajudar e, se por fim, a sua decisão for a de se recusar definitivamente em fazer o exame de toque retal, faça pelo menos uma consulta com o seu urologista o médico vai respeitar a sua decisão e irá solicitar os outros exames possíveis, porque fazer uma parte dos exames sem fazer o toque, ainda que não seja o ideal, certamente é melhor do que não fazer nada”, completou o médico.
Leonardo Cremer- assessoria de imprensa do Hospital Regional de Ponta Porã.