Mesmo após confirmação de sarampo no Paraguai, MS segue sem casos e reforça bloqueio com vacinação e vigilância ativa

  • Publicado em 05 ago 2025 • por Danubia Karinni Burema De Sousa •

  • Estado passará a integrar reuniões semanais com o PNI após avanço da doença em países vizinhos; primeiro encontro ocorreu nesta terça-feira (5)

    Mesmo após confirmação de um caso de sarampo no Paraguai, Mato Grosso do Sul segue sem registros da doença em 2024 e 2025, conforme dados da Gerência de Imunização da SES (Secretaria de Estado de Saúde). Atualmente, cinco casos suspeitos estão em investigação, todos acompanhados conforme os protocolos de vigilância epidemiológica.

    Diante do avanço da doença no país vizinho, a SES passará a integrar reuniões semanais com o PNI (Programa Nacional de Imunizações), coordenadas pelo Ministério da Saúde. O objetivo é alinhar estratégias de contenção, especialmente nas áreas de fronteira. A primeira reunião foi realizada nesta terça-feira (5), com a participação da equipe técnica da Gerência de Imunização do Estado.

    “Nós não temos caso confirmado em Mato Grosso do Sul e estamos trabalhando para manter esse status. Por isso é tão importante vacinar quem está em áreas estratégicas e aumentar a cobertura em toda a população”, destaca Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.

    Desde os primeiros casos confirmados na Bolívia neste ano e o risco real de reintrodução do vírus, o Governo do Estado, por intermédio da SES, intensificou as ações de bloqueio, com foco nas regiões de Corumbá e Ladário. Nessas localidades, estão sendo realizadas campanhas de vacinação, bloqueio vacinal, busca ativa de sintomáticos e ações educativas, em parceria com o Ministério da Saúde e secretarias municipais.

    Dia D na fronteira 
    Como parte das estratégias para conter o avanço do vírus, o Estado promoveu o Dia D de Vacinação no dia 26 de julho. A iniciativa concentrou esforços na região de fronteira, considerada uma das áreas mais sensíveis para o controle da doença.

    Somente em Corumbá, foram aplicadas 1.050 doses contra o sarampo ao longo do mês, sendo 280 apenas no Dia D. A mobilização também levou proteção contra outras doenças: 143 doses contra hepatite B e 168 contra Influenza foram aplicadas no mesmo dia.

    Em Ladário, o Dia D resultou na vacinação de 70 pessoas contra o sarampo, alcançando 116 doses considerando-se as aplicadas entre os dias 11 e 24 de julho. Ao todo, 161 pessoas procuraram as unidades de saúde, sendo orientadas quanto à atualização do esquema vacinal.

    Vigilância e busca ativa
    Além da vacinação, foi intensificada a vigilância com busca ativa comunitária realizada por ACSs (Agentes Comunitários de Saúde), visitas domiciliares e revisão de prontuários em unidades de saúde e hospitais, para detectar precocemente casos suspeitos de sarampo ou rubéola.

    “A vigilância está em alerta. Qualquer caso suspeito deve ser imediatamente notificado e investigado. A população também precisa colaborar, procurando a unidade de saúde diante de sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo, coriza, tosse ou conjuntivite”, reforça Jakeline Miranda Fonseca, gerente técnica estadual de Doenças Agudas e Exantemáticas da SES.

    Últimos casos no Estado foram em 2020
    Mato Grosso do Sul não registra casos confirmados de sarampo desde 2020, quando houve dez confirmações em Campo Grande. Em 2019, foram quatro casos: dois em Três Lagoas e dois na Capital. Em 2025, o Brasil já contabiliza 21 casos confirmados, sendo três importados e dois sem histórico de viagem ou contato com viajantes, mais 16 somente no estado do Tocantins.

    A SES reforça que a vacinação é a principal barreira contra o avanço da doença e orienta a população a manter o cartão de vacina atualizado, especialmente no caso das crianças. A vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde do Estado.

    Danúbia Burema, Comunicação SES
    Foto capa: Agência Brasil /  Internas: Divulgação

     

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