Publicado em 29 ago 2019 • por marianel@ses.ms •
Campo Grande (MS) – Nos dias 18 e 19 de setembro acontece, em Anastácio, o 1º Seminário Estadual de Prevenção ao Suicídio. A ação é uma iniciativa da Prefeitura de Anastácio, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde. O seminário será realizado no Centro de Convenções Prefeito Claudio Valério. Durante o seminário, acontecerá também o 4º Encontro de Saúde Mental de Anastácio, quando serão oferecidos diversos minicursos e oficinas.
A temática dos encontros é a prevenção ao suicídio e ambos fazem parte da programação do Setembro Amarelo, mês dedicado ao tema. O evento é gratuito, mas para participar é preciso se inscrever pelo site https://www.even3.com.br/spsms/ . Outras informações podem ser solicitadas pelo email seminario.prevencao.suicidio.ms@gmail.com
Estarão presentes pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM-MG), além de outros pesquisadores e profissionais que atuam na temática de prevenção ao suicídio.
Com o tema “Do acolhimento ao Atendimento”, o seminário vai oferecer palestras e mesas redondas. Já o Encontro de Saúde Mental, terá o tema “Intervir para Prevenir” e vai realizar diversos minicursos e oficinas que vão desde enfermagem, medicina, psicologia, serviço social, educação, militares até adolescentes e familiares.
Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram neste movimento que vai de norte a sul do Brasil.
Nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas. A primeira medida preventiva é a educação. É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto. O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade.
Hoje, 32 brasileiros se suicidam diariamente, conforme dados divulgados pelo movimento Setembro Amarelo. No mundo, ocorre uma morte a cada 40 segundos. Aproximadamente 1 milhão de pessoas se matam a cada ano. Sabe-se que os números são muito maiores, pois a subnotificação é reconhecida. Além disso, os especialistas estimam que o total de tentativas supere o de suicídios em pelo menos dez vezes.
Mas como buscar ajuda se muitas vezes a pessoa sequer sabe que pode receber apoio e que o que ela sente naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou familiar se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?
É fato que o suicídio é um fenômeno complexo, de múltiplas determinações, mas saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo. Isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.
O suicídio é um ato de comunicação. Quem se mata, na realidade tenta se livrar da dor, do sofrimento, que de tão imenso, parece insuportável.
Luciana Brazil, Secretaria de Estado de Saúde (SES), com Setembro Amarelo.
Foto: Setembro Amarelo.