Com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), o Método Wolbachia, da World Mosquito Program (WMP), inicia a partir desta terça-feira (15), a quarta fase da liberação simbólica de wolbitos – mosquito Aedes aegypti com Wolbachia. Nesta fase, projeto vai atingir quase 130 mil pessoas em nove bairros da Capital.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, os resultados do Método Wolbachia são extremamente animadores e representam um verdadeiro alívio para Mato Grosso do Sul, que sofre há muitos anos com a doença. “Estamos entusiasmados com os resultados deste projeto. Assim, queremos evoluir e expandir esta iniciativa para outras cidades do Estado. Nós também estamos fazendo todo o manejo para evitar o aumento de casos das arbovirores e para isso estamos capacitando profissionais junto aos seus municípios”.
O líder do WMP no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, explica que os mosquitos com Wolbachia serão liberados em nove bairros da Capital. “Os mosquitos são liberados no ambiente. Eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia, os wolbitos. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações”.
A quarta fase deve atingir mais de 128 mil pessoas serão atendidas pelo programa e espera-se que sejam liberados 10 milhões de wolbitos. O projeto vai abranger os seguintes bairros: Coronel Antonino, José Abrão, Mata do Jacinto, Mata do Segredo, Monte Castelo, Nasser, Novos Estados, Nova Lima e Seminário. E ao mesmo tempo, já inicia o engajamento junto à comunidade que irá receber a quinta fase do projeto que compreenderá 21 bairros: Amambaí, Autonomista, Bandeirantes, Bela Vista, Cabreúva, Caiçara, Carvalho, Centro, Cruzeiro, Glória, Itanhangá, Jardim dos Estados, Margarida, Monte Líbano, Planalto, Santa Fé, São Bento, São Francisco, Sobrinho, Taveirópolis e União.
Biofábrica
Considerada como uma solução sustentável e inovadora ao enfrentamento às arboviroses, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), inaugurou em 2020, a Biofábrica instalada na sede do Laboratório Central de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS) e em parceria com a WMP.
Com capacidade de produção semanal de um milhão e meio de mosquitos com bactéria Wolbachia, a Biofábrica tem como missão a redução de casos de Dengue, Zika e Chikungunya no Estado. Desde o lançamento a Biofábrica já liberou 30 milhões de wolbitos em Campo Grande.
Método Wolbachia
O Método Wolbachia é resultado da descoberta do WMP de que o mosquito Aedes aegypti, quando contém a bactéria Wolbachia, tem sua capacidade reduzida na transmissão de doenças. Campo Grande foi escolhida por ser uma cidade de médio porte e vinha sofrendo com a alta incidência de Dengue e por isso foi escolhida no Centro-Oeste para mostrar que o projeto pode funcionar em diversos biomas do Brasil.
O projeto consiste no engajamento da população e depois entra a fase de liberação dos mosquitos por determinado período, cerca de 16 semanas. Esses mosquitos vão se cruzando na natureza e, com o passar do tempo, haverá uma grande porcentagem do mosquito naquela localidade com a Wolbachia, com isso esperamos ter uma redução das doenças e podemos proteger a população.
Rodson Lima, SES
Foto: Ricardo Minella, SES