Novas regras nacionais contra arboviroses: SES prepara municípios de MS para atuação em áreas de maior risco

  • Publicado em 02 set 2025 • por Danubia Karinni Burema De Sousa •

  • Reorganização das ações de campo é feita seguindo novas diretrizes determinadas pelo Ministério da Saúde

    A SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul), por meio da Coordenadoria Estadual de Controle de Vetores, anunciou a adoção de uma nova estratégia para as visitas domiciliares de controle do Aedes aegypti. A medida foi definida atendendo a novas diretrizes repassadas pelo Ministério da Saúde, e divulgada após o 3º LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) de 2025.

    A nova lógica de atuação prevê a priorização de áreas com índices elevados de infestação, com redistribuição das equipes e reprogramação das metas de visita. A principal mudança está na forma de definir as metas de visita dos agentes. Antes, cada profissional atuava em uma microárea fixa, geralmente entre 800 a 1000 imóveis. Agora, com a adoção da estratificação de risco, essa meta é distribuída conforme a criticidade dos territórios dentro do município.

    “Por exemplo, se um município possui 10.000 imóveis e 5.000 estão em áreas classificadas como críticas, os esforços se concentram nesses 5.000, enquanto os demais são monitorados por ovitrampas. Essa nova abordagem permite maior flexibilidade e precisão na alocação dos recursos humanos, utilizando indicadores com base nas análises dos dados dos últimos 10 anos, entre eles LIRAas e ovitrampas, são definidas as áreas de maior risco”, explica o gerente de Mobilização Social e Gestão de Resíduos da SES, Marcus Carvalhal.

    Novas diretrizes

    Na última semana, webconferência organizada pela SES com os 79 municípios do Estado repassou as novas diretrizes alinhando as ações de prevenção às arboviroses. Durante a reunião, foi apresentada a atualização do aplicativo e-Visita Endemias, ferramenta essencial para a gestão das informações entomológicas, conforme as novas diretrizes do Ministério da Saúde.

    A reformulação do sistema está diretamente ligada à mudança de abordagem nas ações de campo, que passam a considerar o risco iminente de cada território. “O foco agora é atuar onde o risco é real e imediato, com base em evidências técnicas. Isso aumenta a efetividade das visitas e otimiza o uso dos recursos disponíveis”, destaca Carvalhal. A íntegra do documento publicado pelo Ministério da Saúde contendo as novas diretrizes pode ser conferida clicando aqui.

    Infestação sazonal exige resposta estratégica e vigilância intensificada

    O terceiro ciclo do LIRAa/LIA de 2025 revelou um aumento sazonal nos índices de infestação pelo Aedes aegypti, com 21 municípios classificados em risco médio e um em risco alto. Esse cenário representa uma reversão em relação ao mesmo período de 2024, quando apenas três municípios estavam em risco médio e nenhum em risco alto.

    Com a proximidade do período crítico de transmissão das arboviroses, a SES reforça a importância da vigilância contínua e da reorganização das ações de campo. A análise dos dados permite direcionar os esforços para os territórios mais vulneráveis, otimizando recursos, ampliando a cobertura das visitas domiciliares e garantindo maior efetividade nas estratégias de controle vetorial.

    Os municípios são orientados a ajustar seus cronogramas com base nos resultados do levantamento, priorizando áreas críticas e intensificando o enfrentamento ao mosquito. “O levantamento é uma ferramenta essencial para orientar as ações de campo. Com base nos dados, conseguimos identificar os territórios com maior risco e ajustar as metas de visita, priorizando as áreas mais críticas”, destaca o coordenador do Controle de Vetores da SES, Mauro Lúcio Rosário. Ele explica que, além da reorganização das visitas, a SES prevê capacitações regionais para os profissionais envolvidos nas ações de campo e suporte técnico contínuo aos municípios.

    Apesar dos esforços, Rosário reforça a importância da participação da população na eliminação de criadouros, especialmente dentro das residências. “A atuação dos agentes é fundamental, mas o envolvimento da comunidade é decisivo. A maior parte dos focos está dentro das casas, e é preciso que cada morador faça sua parte”, reitera.

    Danúbia Burema, Comunicação SES
    Foto capa: Álvaro Rezende/Secom

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    Controle de Vetores

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